
FRAGMENTO : "Como exemplo final, podemos considerar um problema filosófico que muitas pessoas enfrentam quando pensam sobre a mente e o corpo. Muitas pessoas têm em vista uma separação estrita entre a mente, como uma coisa, e o corpo, como uma coisa diferente. Embora isto possa parecer apenas bom senso, pode começar a contaminar a prática de uma maneira bastante insidiosa. Por exemplo, começa a ser difícil ver como estas duas coisas diferentes interagem. Os médicos podem então achar quase inevitável que falhem os tratamentos das condições físicas que respondem a causas mentais ou psicológicas. Podem achar praticamente impossível ver como interferir na mente de alguém pode alguma vez causar mudanças no sistema físico complexo que é o seu corpo. Afinal, a boa ciência diz-nos que é necessário ter causas físicas e químicas para ter efeitos físicos e químicos. Logo, podemos ter uma certeza a priori, uma certeza de poltrona, de que um certo tipo de tratamento (drogas e choques eléctricos, por exemplo) tem de estar «correcto» e que outro tipo de tratamento (como tratar os pacientes humanamente, o aconselhamento e a análise) está «errado»: não é científico, não é sólido, está condenado a falhar. Mas esta certeza não tem como premissa a ciência mas uma falsa filosofia. Uma concepção filosófica melhor da relação entre a mente e o corpo muda essa certeza. "
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